segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

COVEST 2008 (Um simples balanço)

O tema da COVEST desse ano "O ser humano está mesmo evoluindo? Em que aspectos?" não foi difícil, no entando alguns FERAS ainda não conseguem redigir com segurança, será que foi falta de estudo ou descuido do professor?
Sempre aviso meus caros alunos que redação não possui segredo é apenas uma questão de ler, mas eles ainda esperam que nós, docentes, tenhamos a fórmula mágica que irá fazê-los adentrar as portas da UFPE/UFRPE. Os temas debatidos em sala de aula foram mais que suportes, foram a própria prova.
Como não sou pessoa de meias palavras, aqui vai uma pequena reflexão:
Meus deleitíssimos alunos sabem que sou um leitor apaixonado de filosofia e psicanálise, logo, talvaz assim o seja, eu tornei-me um tanto pessimista em relação a humanidade, não consigo crer em evolução mediante tantas catástrofes; por isso na aula que ministrei sobre "Quem vale mais o homem ou a máquina? Eis um dilema humano." perguntei: Será que há vida inteligente na Terra?
Chamo aqui um filósofo alemão chamado Arthur Schopenhauer que diz "Estamos, todos, fadados ao fracasso". Advindo de uma sociedade Capitalista é impossível pensar em igualdade quando a lei do mercado diz que deve haver patrões e empregados. Evolução? Se há evolução estamos fazendo-a para nós mesmos, dentro de nosso circulo fechado, elevando aqueles que a nos convém.
Nossos debates são fundamentais para as redações da COVEST, mas infelizmente o FERA precisa parar e refletir. Isso, caros alunos, podemos até incentivar, mas depende de vocês desenvolver.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Reler, Repensar e reescrever: os três “res” são a solução.


Imagine que você vai a uma festa. Lá estarão muitas pessoas e, principalmente, aquela que faz seu coração bater mais forte. Tenho certeza que você não ira se vestir com as primeiras peças de roupas do guarda-roupa. Por que meus prezados alunos não possuem esse mesmo cuidado com suas redações?
Escrever um texto não é obra do acaso. Trata-se de um trabalho muitas vezes árduo e penoso. E muitos escritores escreveram frases sobre o ato de escrever. Ernest Hemingway autor do livro belíssimo “O velho e o mar” disse: “O primeiro móvel da casa de um escritor é o cesto de lixo”. Se sumidades do mundo das letras pensam assim, então por que com um texto dissertativo seria diferente?
Veja como Guimarães Rosa encarava o processo de construção (vocês verão que o caráter semântico desta palavra não foi à toa): “Minha obra é trabalhada, retrabalhada, repensada, calculado, rezado, refervido, recongelado, descongelado, purgado, reengrossado e filtrado.” Ficaram admirados? Vocês não achavam que elaborar uma prosa em linguagem culta com pitadas de regionalismo aconteceria assim, de repente? (Espero que tenha pensado em um “não”.)
Por isso fera, não tenha medo de estar sempre aperfeiçoando seus escritos na busca do texto perfeito. Não precisa ser como Kafka que escreveu seu principal romance “O processo” de uma única sentada. Releia aquelas redações ‘nota baixa’, procure fazer isso seguindo os conselhos do professor. Repense. As críticas não estão no verso de seus textos por acaso, nem são chagas, mas apenas dicas acerca do que redigiu. E finalmente reescreva-os.Pense nisso!


Prof.º Luís Antônio Barros


Dúvidas e perguntas: l.antoniobn@gmail.com

domingo, 29 de abril de 2007

Denotação, conotação e polissemia.


As palavras são elementos fundamentais em um texto, mas não existem sozinhas precisam de outras para formar um todo significativo, o contexto. Entende-se por contexto uma unidade lingüística de âmbito maior, na qual se insere outra unidade de âmbito menor. Dessa forma, a palavra (unidade menor) se insere no contexto da frase (unidade maior); a frase se insere no contexto do período; o período se insere no contexto do parágrafo e assim por diante.
Entretanto eis,ai, onde mora o perigo. Uma palavra pode esconder armadilhas como a polissemia, ou seja, os vários significados que uma palavra pode possuir. Vejamos a palavra linha, por exemplo, que pode evocar os conceitos de material próprio para costurar ou bordar tecidos, os trilhos de um trem, conduta de uma pessoa..., portanto existe uma necessidade de saber quando e onde utilizar a determinada palavra. Uma dica valiosa é conhecer bem o significado que se quer utilizar.
Outra arma do aluno na hora de redigir um texto é empregar o sentindo conotativo das palavras. Todas as palavras por mais polissémicas que possam ser possuem um sentido próprio, mas a ela podem ser inseridos outros que só faz sentido dentro de um contexto. Vejamos um exemplo clássico em uma das músicas de Chico Buarque, Roda Viva:

“A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir”


A palavra corrente no Houaiss significa conjunto de argolas, correnteza, ou seja, nenhum deles consegue expressar o que mestre Chico Buarque quis dizer. A gente vai contra a corrente, traduzindo, estamos indo contra a opinião da maioria. Percebem como este recurso se bem utilizado demonstra um amadurecimento lingüístico?
Contudo, uma pergunta muito freqüente dos alunos é como a pessoa que está lendo vai perceber isto? Vamos resgatar uma palavra que usamos no início do texto através da coerência do texto é possível captar o sentido de todas as palavras no contexto.

Profº. Luís Antônio Barros
Email:
l.antoniobn@gmail.com