domingo, 22 de março de 2009

“‘Trabalho’ e ‘lazer’: direitos do ser humano. Como propiciar a todos essas duas condições de sobrevivência e qualidade de vida?” – Tema da UFPE 2009


Mais uma vez a Covest propõe aos feras uma reflexão sobre a contemporaneidade. O que é bom, para pôr um ponto final na angústia que alguns sentem cogitando a possibilidade de caírem temáticas de 5 ou 10 anos atrás. Isso também assevera o que sempre tenho dito em minhas aulas: não se trata de devorar todo o conteúdo jornalístico e televisivo de um ano letivo, mas também refletir sobre essa informação absorvida.
Trabalho e lazer são assuntos consagrados nas revistas de circulação nacional como Veja, IstoÉ e Época, no entanto o tema é claro, a banca deseja soluções, alternativas para que o ser humano desfrute de ambas. A resposta foi entregue aos candidatos e está no mesmo anunciado: “são direitos do ser humano”. Logo, o fera preocupado em elaborar uma crítica ao capitalismo vai fugir ao tema, se não totalmente, pelo menos parcialmente. Em todo caso é isso que, muitas vezes, elabora o abismo entre o sucesso e o ponto de corte ou até mesmo a anulação do texto do candidato.
O capitalismo é um sistema que opera sobre aquilo que faz parte de sua própria construção etimológica: o capital. Capital, em nossa sociedade, quer dizer dinheiro e dinheiro, para ser obtido, é fruto de trabalho. Mas, possuir um salário não significa levar uma ‘boa vida’, para tanto se precisa de mais dinheiro, ou seja, mais trabalho. Preso a essa roda viva, o funcionário acaba, portanto dedicando pouco tempo ao lazer.
Os feriados e os dias de folga não contam como momentos de lazer. Este muitas vezes é marcado como substituição ao final de semana trabalhado, por isso muitos trabalhadores se julgam cansados e estressados demais para qualquer atividade de divertimento que não seja o repouso; aquele é um bônus, não parte do que já se sabia merecedor.
Onde fica o lazer? Não fica! Os homens e as mulheres preocupados em trazer o melhor para dentro de suas residências compram muito mais do que simplesmente alimentação e alguns luxos dos tempos pós-modernos, eles consomem aquilo que costumou se chamar de: “direito do cidadão”. Pagam planos de saúde caros, para evitar morrer em uma fila de espera de hospitais públicos; pagam condomínios luxuosos que possam oferecer um pouco de segurança as suas famílias; pagam estacionamentos em Shopping Center em busca de liberdade...
A ineficiência do Estado em provir o cidadão de saúde, segurança e liberdade faz com que o lazer seja tomado pelo trabalho, portanto crê-se em uma sociedade capaz de garantir aquilo que sua constituição apregoa. Que os direitos não fiquem limitados a algumas folhas de papel e nem sejam enfeite na boca dos políticos em períodos eleitoreiros; ganhe vida e possa libertar o funcionário.
Bem, caros alunos, espero que esta breve reflexão sobre o tema da COVEST, deste ano, tenha não só mostrado a vocês que além de escrever bem o texto, é necessário observar com atenção a proposta e compreendê-la, leitura sem compreensão não passa de decodificação de palavras.
Até a próxima, um forte abraço a todos! Em caso de dúvida mande me um e-mail que terei o prazer de responder.

l.antoniobn@gmail.com