terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Orações subordinadas substantivas subjetivas

Existe um mito de que professor sabe de tudo, essa idéia nasce de um princípio simples, sendo o principal transmissor de saberes, depois da família, o professor deve conhecer exatamente aquilo que diz em sala de aula. Para nossa sorte, isso é uma falácia.

Lembremos que para a filosofia saber é ignorância. Confuso? Explico-me. Quando alguém se julga detentor de todo o saber não aceita novas concepções, idéias novas, afinal ele sabe de TUDO. Como pode mudar, evoluir, melhorar? Para mudar é preciso admitir que o que antes falava não vigora mais ou existem novas maneiras de resolver o problema.

Sócrates, filósofo grego, considerado o pai da filosofia disse: “Só sei, que nada sei”. Como um filósofo, uma pessoa que vive para pensar pode dizer que a única coisa que sabe é que ele não sabe de nada? Porque para saber algo novo a primeira coisa que é necessário fazer é simplesmente admitir que não sabe sobre aquilo. Para aprender a dançar, preciso admitir que não o sei. Se soubesse, não estaria tentando aprender, certo? Nós professores aprendemos sempre e, por isso, não somos os detentores de todo o conhecimento sobre nossa disciplina.

Todo esse falar introdutório serve de ensejo para dizer como aprendi a analisar as orações subordinadas substantivas subjetivas. Nunca tive a chance de lecionar orações subordinadas em uma turma. Ano passado fui convidado a ensinar num 8º ano (antiga 7ª séria), de modo que quando me vi em sala iniciando o assunto parecia saber perfeitamente do que falava até chegar aos exercícios. Na época do cursinho, meu professor de português ensinou que para identificarmos as orações subordinadas substantivas apenas precisaríamos notar naquelas orações que se iniciassem com o verbo “ser”.

Bem, foi isto que eu disse aos meus alunos, mas quando chegou nos exercícios... Não havia dúvida a resposta estava lá, era uma oração subordinada substantiva subjetiva, mas cadê o verbo “ser”? Nenhum sinal dele. Nessas horas nada melhor a fazer do que usar a própria experiência para encontrar a resposta e foi no meio de muito reflexão, enquanto os alunos respondiam o exercício, que percebi uma lógica simples, mas extremamente eficaz. Vamos direto para o exemplo. Na frase: “Diz-se que Homero era cego”, há uma oração subordinada substantiva subjetiva, como saber? Simples, percebe-se de cara a ausência do verbo “ser” no início da frase; todos sabemos que um período composto é formado por mais de um verbo que na frase em questão seriam, respectivamente “diz” e “era”. Sabemos, também, que a conjunção “que” marca o início da oração subordinada, portanto a oração principal é “Diz-se” e a oração subordinada é “que Homero era cego”, mas como classificar está última, então?

Recorramos ao conceito. A oração subordinada substantiva subjetiva é aquela que exerce a função de sujeito da oração principal. Ora, pensemos, se a oração subordinada é o sujeito da oração principal, significa dizer que não haverá sujeito na oração principal, será verdade? Analisemos a frase em questão. “Diz-se que Homero era cego”. Na oração principal, “Diz-se”, quem é o sujeito? Difícil de encontrar? Façamos a pergunta: que é que diz-se? Resposta: Que Homero era cego. Tente fazer o mesmo em outras frases e perceberam que na maior parte dos casos esse fato decorre.

Espero ter contribuído com o enriquecimento de vocês, qualquer dúvida postem no blogger ou envie-me um e-mail.

Obrigado por sua atenção!

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